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Como lidar com a violência

1 – Head on

exemplo: anda cá touro…. Levas um murro que nem sabes por onde andaste…

consequência: vence o mais forte (até que a vingança rode os tabuleiros)

2 – retreat

exemplo: olha ali um touro!! É melhor ir antes por ali!

consequência: não há violência (pelo menos enquanto podermos não estar lá – como o ar)

3 – transcender

exemplo: onde está o touro? Procurei por toda a parte, mas eis que só encontro este animal, preto, no prado verdejante sentado, mesmo quando está dentro da arena. Vem e mostra o teu fulgor às gentes, vem que o teu lugar não é aqui, mas longe, entre os lírios e as flores; vem, a céu aberto estarás melhor que dentro deste cheiro pestilento a sangue que te embriaga. Vem… até mim, eu te conduzirei, mostra-me a tua força…

consequência: procuramos o touro mas não o encontramos, e toda a violência é um mero passe de mágica, no jogo que conduz do desequilíbrio à paz (exige a técnica do toureiro e o amor da vaca). ^_^

 

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PS - Como é óbvio, as touradas, toureiros e todo esse espectáculo incluí-se no 1º caso (head on), porque o objectivo aí não é devolver o touro à sua paz primordial (se assim fosse o melhor seria simplesmente abrir as portas, conduzi-lo de novo ao pasto e pedir-lhe perdão), mas mostrar que a força do toureiro é maior do que a do touro. Para o toureiro, o touro, mesmo pacífico, é um animal feroz; pelo contrário, na terceira visão, há harmonia mesmo na ferocidade, a harmonia é que anima o touro e habita sensivelmente todos os ‘grandes espaços' (onde o silêncio da eternidade se faz ouvir).…

^_^

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