Se sentíssemos o Amor palpitar como o coração da noite Luminosa,
Quem sabe não veríamos trevas nem dia...
(haverá uma ou outra coisa? Nós que giramos na e sobre
a Terra e o Sol brilha sempre?)
O Silêncio seria mais sóbrio e Absoluto,
E não andaríamos des-conhecidos a tactear o
cognoscível
sob a luz da Manhã Eterna que não vemos ser Presente
em ubíquos sussurros...
Será a reflexão sobre o Amor um obstáculo?
O Cardo mostra-se picante
A Rosa mostra-se bela em fragrâncias inebriantes...
dos picos desviando-nos...
E o Cardo que afinal se volve algodão...
Será esta a dúvida sobre o Amor?
Será Cardo? Será Rosa?
(ou será Flor tão simplesmente?)
Ai...
E as pétalas o que serão? Fragmentos ou delicadeza
infinita do Amor?
O abrir e fechar será feitio ou consistência?
À noite (Luminosa) todas as Rosas e Cardos são pardos.
Tocamo-los e... porque não picam ?
Porque Flores, e fundidos com elas na Unidade
silenciosa?
Oh dualidade!
São os sentidos assim tão ingénuos? (do Amor)
Ou seremos nós uns ingénuos (res)sentidos? (no amor)
E adormecemos porque em paz ou porque exaustos?
Para depois acordarmos ou despertarmos?
Ou continuaremos sonhando acordados que não somos
divinos?
O Amor não tem reflexão, mas reflexos.
Enquanto o não descobrirmos o melhor mesmo é não
adormecer
Por mais que as pálpebras nos pesem,
Não vá abrirmos os olhos depois e não percebermos a diferença....
Se uma lágrima cair é porque sabemos que há diferença,
Talvez se chorarmos muito, e muitas vezes,
"vivamos" a diferença.
E, então, já poderemos dormir, fechar os olhos. Porque
o Sol brilha sempre.
Vossa,
Luíza Martins
(Abraçada hoje às fragrâncias do Cardo volvido
algodão)