Natal


Em verdade és tu a mais excelsa Árvore
que agora,
nimbada de encanto e glória,
no íntimo de cada lar
ergues e iluminas.

Tu que,
sagrado e primordial,
desde sempre e para sempre
abraças Céu e Terra.

Em ti
o ouro e a prata eternos brilham,
as velas se acendem
e fulvas as estrelas cintilam.

Em ti circula a seiva das coisas,
o Dom,
a anónima Alegria que perpassa
na mão que dá e na que recebe.

Em ti se acende a Luz
que súbita a noite ilumina
e tanto mais esplende
quanto menos se apercebe.

És tu que na gruta do Coração
no Presépio de cada instante eterno nasces
entre o bafo e a adoração do mundo
e os coros celestiais.

Tu que trazes o universo no coração
e com ele infante a sorrir brincas,
suspenso, irradiante e puro
a girar na palma da mão.

Pois em ti
nu, inocente e mudo
o tempo ainda não é e já finda,
e adamantino tudo a florir ressuscita
da ilusão de haver distância.

És esplendor, prodígio e maravilha.
Promessa, Anúncio e Realização.

Festa

Todo o Mundo e Ninguém

Natal


[utilizado com a amável cedência de Paulo Esteves Borges
http://www.pauloborges.net/]
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