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Fome: Questão Medieval ou Actual?

texto de Soledade Nascimento


Os séculos se passaram e continuamos à volta de um problema de natureza infindável: FOME. Impressiona como tão poucas letras podem carregar um significado tão doloroso para milhões de pessoas em todo o mundo.

Você provavelmente reage à guerra, terremotos e a outros factos similares. E quanto à fome? Você ainda é capaz de reagir a algo que está intensamente incorporado no nosso quotidiano? Alguns milhões de pessoas infelizmente reagem através do estômago, que indiferente a tudo, reclama por alimento.

Provavelmente você já parou para pensar que enquanto se alimenta, muitos padecem de fome. Talvez a culpa tenha invadido seus pensamentos e por um momento você sinta que precisa fazer algo, porém sua vida lhe chama e acaba esquecendo esse ideal colectivo.

Mas a sua consciência não deve ser despertada por culpa, remorso ou outros sentimentos semelhantes. Deve surgir da sua própria sensibilidade. Esqueça esta frase "Sozinho, não posso nada" e substitua por "Eu posso ser o ponto de partida". Junto com alimentos, devemos doar um pouco de nos mesmos; hoje aquela família recebe um donativo e se alimenta, e amanhã? Terá ela a mesma sorte? Junte-se, dentro de suas possibilidades, a projectos que privilegiem educação, saúde e outros aspectos que proporcionem dignidade aos seres humanos. Faça valer sua voz de cidadão(ã) votando em políticos que se comprometam com ideais sólidos e que visem a colectividade, não se omita.

Ao doar um alimento, doe um pouco de você mesmo. Lembre-se de que há muitos que além de um prato de comida, necessitam de educação, saúde, moradia e outras condições para que possam assumir o papel de ser humano com dignidade, interrompendo o ciclo vicioso da fome que já dizimou tantas vidas.


Por Maria da Soledade Rolim do Nascimento
Estudante de Fonoaudiologia da
Universidade Federal de Pernambuco - Brasil.