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Qual o significado da Existência?
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Desde "sempre" me lembro de ter colocado a mim mesmo esta questão. Sempre que tentamos compreender o funcionamento de um objecto aumentamos um pouco a nossa compreensão do Cosmos. A espécie humana é a única no nosso planeta a ter conseguido acumular sucessivas mini-compreensões passadas de gerações em gerações, através da linguagem. Hoje em dia compreendemos não só como se coze o pão, como se cultiva a terra, mas também como funciona o interior de uma estrela, ou como os buracos negros deram origem a galáxias. No entanto, este aumento quase inimaginável do conhecimento, pôs-nos diante de um Universo ainda mais misterioso e fantástico. As antigas lendas mágicas que equacionavam os vulcões e tempestades com castigos enviados por Deuses aos humanos parecem certamente menos fantásticas e misteriosas do que a história de um planeta que existe há mais de 4 mil milhões de anos, e no qual já se desenrolaram mais aventuras, e tão diversas, que nenhuma imginação humana lhe poderia sequer fazer o índice. É um Mundo belíssimo onde vivemos, e quanto mais olhamos para as estrelas e galáxias que nos rodeiam, para tudo o que nos antecedeu, para os milhões de anos que parecem acolher o futuro do homem, parecem bem pequenas as guerras e pequenas intrigas da política do dia-a-dia. Seguindo a visão de Carl Sagan, parece-me que o futuro da nossa espécie está intimamente ligado à nossa capacidade de nos deslumbrarmos com este Universo, tão gigantesco, tão complexo, tão intrincadamente perfeito, simétrico e uno desde as moléculas aos grupos de galáxias: é a mesma lei que rege o funcionamento do cérebro e a síntese nuclear no interior de uma estrela. É a mesma lei que rege a rotação da galáxia e o funcionamento dos seres vivos, mesmo em sociedades complexas como a nossa. Somos todos filhos e filhas do Cosmos, conhecê-lo, é conhecermo-nos a nós.
Esta página não oferece respostas seguras, é antes um símbolo da celebração interior, da alegria de estar Vivo!
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Durante a história da Humanidade muitas respostas foram sendo dadas à questão "porque estamos aqui? Qual o sentido da nossa Existência? Qual a melhor maneira de passarmos os nossos dias e noites? Haverá algo porque valha a pena viver ou morrer? Algum sentido mais vasto?" Ainda hoje observamos muitas dessas respostas, dadas por padres, cientistas, filósofos, artistas, aventureiros, cineastas, etc. Acreditar numa destas teorias faz-nos sentir fortes e coerentes: «Agora sou ateu e materialista: uahuu! Sinto-me forte, de súbito sei o que vale e o que não vale a pena, posso julgar os outros do alto da minha torre de marfim.» Infelizmente todas estas crenças, de beatas ou ateus, enfrentam o mesmo problema: elas cegam-nos para o mundo, porque, ao darem-nos respostas fáceis, roubam a motivação e o interesse à investigação. Agora, em vez de ser algo necessário, urgente, apaixonante, a investigação torna-se algo perigoso, assustador, herético. Assim, antes de saber qual o sentido da vida, podíamos e devíamos procurar, era algo urgente e sério, agora, que nos deram a resposta, a procura é entendida como um sinal de descrença, expõe-nos à "fraqueza" de duvidar. É isto que se vê nas religiões e também nas ciências. Em ambos os casos a crença se afirma à frente do saber. A sistemática supressão de fenómenos paranormais pela comunidade científica é um exemplo tão bom de dogmatismo como a supressão sistemática de dados históricos pela Igreja (por exemplo relativamente aos escritos do mar morto, ou, nos EUA, relativamente à teoria da evolução e à idade do cosmos). A crença é a principal inimiga do saber. Quem julga que sabe não procura ver mais além, pelo contrário, refugia-se na sua ignorância e procura defender-se da evidência a todo o custo. Por isso, todos estes textos que apresento devem ser encarados, não como respostas às questões essênciais da vida e do universo, mas como incitamentos à busca e como celebrações do MISTÉRIO da Existência. Como celebração do "Não Sei mas Procuro". En jeito de conclusão, é precisamente por não saber que me considero um amante do saber, em conjunto com muitos outros poetas, cientistas, místicos, filósofos que não se agarram às certezas do seu grupo ou "profissão" mas deixam a sua mente levitar livremente sobre a questão cósmica por excelência: "Quem Sou?" e aí vão beber!
As traves mestras desta página foram desenhadas entre Abril e Dezembro de 2002. Entretanto a minha perspectiva mudou, e com ela cresceu o desejo de redesenhar tudo. Mas, faltando o tempo necessário para desenhar uma nova página de raíz, aqui vão ficando algumas novidades a par do "material" já antigo:
Antes o filósofo desprezava o poeta, quanto ao poeta, achava
absurda toda a filosofia;
Agora o filósofo ri-se do poeta, e o poeta admira, sem compreender, a
filosofia;
Talvez um dia se juntem os dois para se comprazerem com o pôr do sol
E o Espectáculo do Mundo...